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Efetivo de salva-vidas na Av. Litorânea é precário

O posto foi invadido pela areia que, por questões de legislação ambiental, não poderia ser retirada, nem feitas reformas no prédio, segundo GBMar

Sol, água fresca e banho de mar para quem gosta de curtir uma praia e ainda aproveitar a beleza natural da orla marítima, que, em São Luís, é bem generosa. Mas, cuidado e atenção são imprescindíveis para evitar acidentes que muitas vezes podem ser fatais. Foi o caso ocorrido na tarde da última segunda, quando cinco pessoas se envolveram em um afogamento que culminou com a morte de um homem de 38 anos; um menino de nove anos hospitalizado, mas fora de risco; e dois jovens ainda desaparecidos.

O comando do Grupamento de Bombeiro Marítimo (GBMar), que atende no trecho, reconhece que estrutura atual não supre a demanda. “Não temos efetivo suficiente para atender à demanda, mas, esse acidente foi um caso atípico. Esse semestre não havia registro de nenhum incidente nas praias e, de repente, tivemos três ocorrências em um único dia”, explica o comandante do GBMar, major Arnaldo Macedo.

Macedo atribuiu uma possível demora no atendimento a esta ocorrência ao fato do posto daquela imediação estar desativado. Segundo o major, não havia efetivo no local. “As equipes são flutuantes e ficam realizando o patrulhamento ao longo da orla. Na ocasião estavam um pouco distantes. Pode não ter sido determinante, mas, se tivéssemos o posto ali ativado, com certeza o tempo-resposta seria menor”, justifica Macedo. O posto em questão foi desativado por falta de condições estruturais. O espaço estava sendo invadido pela areia, que por questões de legislação ambiental não poderia ser retirada, nem feita reformas no prédio, segundo explicou o comandante do GBMar, major Macedo. O órgão fez solicitações às secretarias municipal e estadual de Meio Ambiente para retirada da areia. O caso foi para a Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público. “A Promotoria recomendou a não autorização, devido ser área de preservação ambiental e tivemos que desativar o posto”, explica o comandante do GBMar.

Para patrulhamento de toda a orla da Avenida Litorânea – que compreende as praias do Calhau, Caolho e São Marcos – há apenas um posto salva-vidas. São 21 homens distribuídos nos trechos para o patrulhamento com embarcações e por terra. A estrutura conta com três botes, três jetskies e oito quadriciclos. Aos fins de semana o efetivo é reforçado aumentando para 21 bombeiros marítimos. No final de semana prolongado pelo feriado de aniversário de São Luís 27 homens estavam cobrindo a orla. “Nosso trabalho é basicamente preventivo realizando o patrulhamento por terra e mar”, explica major Macedo. As praias Ponta d’Areia e Olho d’Água são monitoradas por guarda-vidas municipais.

Prevenção de acidentes
A orientação do Grupamento de Bombeiro Marítimo (GBMar) é não avançar a faixa destinada ao banho e sempre ter atenção às crianças, principais vítimas de acidentes no mar. “Os acidentes ocorrem quando as pessoas se tornam um pouco imprudentes”, diz , diz o tenente Jeferosn Ferreira Serra. No trecho onde houve o acidente há uma área de pedra onde as pessoas costumam ficar quando a maré baixa. Quando esta enche, o caminho some e as pessoas ficam desorientadas sem saber como retornar à areia. “A amplitude de maré é bem alta na nossa orla e se a pessoa não souber nadar ou tiver algum preparo, estará correndo riscos de afogamento”, diz o tenente.

Ele alerta ainda para o nado muito afastado da faixa permitida. “Uma dica é ‘água no umbigo, sinal de perigo’. Respeitando isso e tendo cuidado com crianças evita-se ocorrências”, destaca Serra. Conhecer um pouco de primeiros socorros também pode ajudar nos momentos de acidentes, mas o tenente Serra faz um alerta: “O maior risco no afogamento é tentar resgatar a pessoa da água e sem a devida preparação se tornar outra vítima”. Entre as ocorrências mais comuns estão o ataque de caravelas, as águas vivas e as vítimas, crianças.

Números mais recentes apontam 109 casos deste tipo ano passado; no ano anterior foram 124 casos. “Orientamos evitar contato com estes animais. A pessoa vê, acha bonito e quer tocar, então é vítima de queimadura”, explica. Em seguida vêm salvamentos/atendimentos hospitalares (14), resgate de corpos (4), resgate de bens animais (3), afogamentos (2) e crianças perdidas (1). O trabalho do GBMar consiste na orientação dos banhistas e monitoramento da orla com apoio de quadriciclos, embarcações e homens a pé.

Buscas pelas vítimas
O Grupamento de Bombeiro Marítimo (GBMar) e o Grupo Tático Aéreo (GAT) prosseguem hoje as buscas pelos jovens Antoniel Macedo, 17 anos, e Patrícia Lima, 18. Eles estavam com um grupo de amigos que teria aproveitado a maré baixa, às 13h, para ir mais além e foi surpreendido com a variação da maré, por volta das 14h30, na Praia de São Marcos. Apreensivos, familiares e amigos acompanhavam o trabalho de buscas. À reportagem eles contaram que a maré baixou e se dirigiram para uma área de pedras. Quando notaram a água subindo, alguns saíram do local e incentivaram os demais colegas.

“Dissemos para a Patrícia não pular, mas ela se jogou na água”, conta Lucas, 19 anos, um dos amigos. Ele conta ter ajudado a salvar o garoto de nove anos e tentou ainda ajudar os colegas, sem sucesso, dada a força da correnteza.

Os jovens foram pedir socorro, mas por estar desativado um dos postos precisaram se dirigir ao outro mais distante. “Não havia um salva-vidas próximo, chegamos a ligar para a emergência para ver se atendimento seria mais rápido”, relata Lucas. Para o trabalho foram destacadas quatro equipes na água com três motos aquáticas e um bote; em terra, dois quadriciclos; e patrulha a pé – aproximadamente, 20 pessoas entre oficiais e alunos em treinamento. As buscas iniciam pela manhã e prosseguem até escurecer, recomeçado no dia seguinte. O trabalho se concentra a certa distância do ponto do acidente, devido a possibilidade de arrasto dos corpos pela maré, desde a faixa que compreende o parquinho da Litorânea até o Espigão, na Ponta d’Areia.

“As equipes são flutuantes e ficam realizando o patrulhamento ao longo da orla. Na ocasião estavam um pouco distantes. Pode não ter sido determinante, mas, se tivéssemos o posto ali ativado, com certeza o tempo-resposta seria menor”, major Macedo, comandante do GBMar.

Fonte:Imparcial.com

 

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